há ir e voltar.

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Quando, há (quase) 4 anos atrás, aterramos na Terceira estávamos longe de imaginar que seríamos tão felizes aqui. Viemos sem expectativas embora com esperança num recomeço feliz. Acabou por ser muito mais do que isso.

Foi aprender a respirar, a parar, a recentrar, a relativizar e a apreciar. Foi tanto e tão bom que se torna difícil definir ou resumir. De tão bem que estávamos, vimos o plano inicial de 2 anos esticar para o dobro. Foram 4 anos maravilhosos que chegam agora ao fim, voltaremos ao Porto este mês para um novo recomeço.

Da Terceira, que será para sempre casa, levamos as memórias mais incríveis, abraços e sorrisos mil. Não é uma partida fácil, porque somos/fomos imensamente felizes aqui, com todas as nossas pessoas que nos visitaram e com todas as outras que a ilha nos deu.

Lia no outro dia, no livro Arquipélago do Ricardo Lopes, algo com o qual me identifico totalmente: ser Açoriano é muito mais do que ter nascido numa das ilhas - e é muito isto o que sinto. Há algo que me liga a esta terra que transcende o racional ou o explicável. É também por isso que conto que este ir para fora (como aqui se diz) não seja um adeus mas sim um até já. Conto, contamos, voltar, até lá regressaremos ao Porto, onde nunca deixou de estar uma parte do nosso coração.

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* Um dos meus registos favoritos destes últimos anos, tirado pelo meu Gonçalo - O meu filho, que me dá um beijo depois de um mergulho, no final de um dia exigente, no sítio onde devemos ter passado mais tempo na ilha e de onde levo memórias que espero nunca esquecer*
2021, Fanal, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores.