os meus diários
Lembram-se de vos ter falado aqui (no post de todo o processo criativo do DIARY), da possibilidade de fazer um post sobre os meus próprios diários? Pois bem, resolvi revê-los, redescobri-los, fotografar uns quantos detalhes e falar-vos um pouco sobre este(s) meu(s) registo(s).
Influenciada por uma professora do secundário, que nos lançou o desafio de ter um diário como impulsionador ao desenho, ao registo gráfico, comecei este "vício" bom e nunca mais parei. Desde 2004 (mais coisa menos coisa) que tenho diários - cadernos onde coloco as minhas listas, os meus desejos, os meus planos, desabafos e recordações.
Tenho sempre comigo um diário, o que me permite anotar ideias, planos, parvoíces (sim, também as registo!), que permitem orientar o meu dia-a-dia e até tirar ideias para projectos futuros.
Sou aquela pessoa que escreve tudo, que planeia tudo no papel e só depois passa tudo para o digital (e se realmente for necessário, se não dispenso, confesso). Apesar de já ter percebido a importância do excel na minha vida (o senhor meu marido converteu-me), se puder fazer tudo no papel prefiro-o mil vezes.
Sempre que começo um diário (nota: diário para mim é simplesmente um caderno que registe o meu dia-a-dia) marco-o com a data desse dia e a cidade em que estou. Desta forma, sempre que preciso de rever algum registo, é mais fácil procurar e situar-me no tempo.
Estes diários funcionam como uma espécie de marco orientador do que andava a fazer naquele ano, naquela altura da minha vida. Mostram, de uma forma muito directa o estado (normalmente caótico :)) da minha vida, o que andava a planear, quais eram os projectos que tinha em mente, as viagens que fiz, etc., etc..
Para além de continuar a ser um incentivo ao desenho (que infelizmente foi diminuindo ao longo dos anos) é quase terapêutico para mim todo este processo. Saio imensas vezes de casa para tomar café, com um diário na mão, pronta a planear o que quero fazer naquela semana, naquele projecto. Faço listas em cima de listas e faço questão de ir riscando uma a uma as tarefas concluídas.
E o gozo que me dá (re)ver todos estes cadernos? Vivemos num mundo tão rápido, tão efémero que facilmente esquecemos de muitos momentos que vivemos e posso dizer-vos que é delicioso (re)descobrir muitos destes momentos.
Posso dizer-vos que só hoje, ao rever os diários, encontrei o bilhete do concerto que fui na noite em que conheci o Gonçalo (que não me lembrava ter guardado!), uma prenda do dia do Pai que a minha irmã fez para eu dar ao meu Pai (quando eu ainda não sabia escrever), o único bilhete da lotaria de Natal que comprei com uma amiga no dia em que fiz 26 anos (depois da senhora, ali de Santa Catarina, apregoar a cautela número 26 vezes sem conta!) e tantos, tantos outros momentos que (re)visitei ao abrir estes diários.
Já são muitos os diários que me acompanham ao longo destes anos e agora, poder fazer este registo, nos meus próprios cadernos, nos cadernos beija-flor, é ainda mais especial.
Confesso-vos que, um dos meus maiores sonhos, é perceber que um dia alguém o faz com os cadernos beija-flor. Quem sabe, um dia. O DIARY nasceu assim, desse sonho.
my diaries
Do you remember when I told you here (aqui ) (in the post of the creative process of the DIARY), about the possibility of doing a post about my own journals? Well, I decided to go down memory lane and rediscover them, take photos of a few details and tell you about these registries.
It was during high school that a teacher first challenged us to keep a diary, at the time it served as a booster of our drawing and graphic registry. That’s how this good "addiction" started and never stopped. Since 2004 (more or less) I have diaries - notebooks where I put down my lists, my wishes, my plans, my thoughts and my memories.
I always have a diary with me, which allows me to write down ideas, plans, silly things because yes, I write down those as well! This allows me to guide my day by day and even get ideas for future projects.
I'm that one person who writes everything, who plans everything on paper and only then passes everything onto digital format (but only if it really is necessary, if not, I skip that, I confess). I have however realized the importance of Excel in my life (thanks to my husband). But If I have the option to do everything on paper, I prefer it a thousand times.
Whenever I start a diary (note: a diary for me is simply a notebook where I register my day to day) I always write down the date of that day and the city where I’m at. This way, whenever I need to go back and research something, it is easier to search and situate myself in time.
These journals act as a kind of guiding framework of what I was doing at that point in my life. They show, in a very direct way the state (usually chaotic :)) of my life, what I was planning, what projects I had in mind, the trips I made, etc., etc.
In addition to continuing to be a motivation to drawing (which unfortunately has been decreasing over the years) it ends up being almost therapeutic for me. Many times I go out for a coffee with a diary in my hand, ready to plan what I want to do that week, or for that project. I make lists on top of lists and make it a point to go check one by one the completed tasks.
I couldn’t tell you the joy that gives me to (re) see all these diaries! We live in such a fast world, so ephemeral that we easily forget important moments that we once lived. I can however tell you that it is delicious to (re) discover many of these moments.
Just today, when I was looking through all my diaries, I found the ticket of the concert that I went to the night I met Gonçalo (which I did not even remember having saved!). Also found a Father's Day gift that my sister made for me to give to my Father back when I still did not know how to write. And the only Christmas lottery ticket I ever bought. It was the day I turned 26 (after the lady from Santa Catarina, proclaimed , times without count, that I should have caution with the number 26! And so many more moments that I (re) visited when opening these diaries.
By now I have so many diaries that follow me year after year. It feels even more special to be able to make this registers in my own notebooks, in Beija-flors´s notebooks.
I confess that one of my biggest dreams is to realize that someone might have this kind of relationship and experience with diaries and have their memories written down on one of Beija-flor´s notebooks. Maybe one day. The DIARY was born exactly because of this dream.